quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Quem inventou a fotografia?

Muitos devem se perguntar como surgiu ou quem inventou a fotografia... A história da fotografia pode ser contada a partir das experiências executadas por químicos e alquimistas desde a mais remota antiguidade. Por volta de 350 a.C., aproximadamente na época em que viveu Aristóteles na Grécia antiga, já se conhecia o fenômeno da produção de imagens pela passagem da luz através de um pequeno orifício.

Em 1525 já se conhecia o escurecimento dos sais de prata, no ano de 1604 o físico-químico italiano Ângelo Sala estudou o escurecimento de alguns compostos de prata pela exposição à luz do Sol. Até então, se conhecia o processo de escurecimento e de formação da imagens efêmeras sobre uma película dos referidos sais, porém havia o problema da interrupção do processo. Em 1725, Johann Henrich Schulze, professor de medicina na Universidade de Aldorf, na Alemanha, conseguiu uma projeção e uma imagem com uma duração de tempo maior, porém não conseguiu detectar o porquê do aumento do tempo. Continuando suas experiências, Schulze colocou à exposição da luz do sol um frasco contendo nitrato de prata, examinando-o algum tempo depois, percebeu que a parte da solução atingida pela luz solar tornou-se de coloração violeta escura. Notou também, que o restante da mistura continuava com a cor esbranquiçada original. Sacudindo a garrafa, observou o desaparecimento do violeta. Continuando, colocou papel carbono no frasco e o expôs ao sol, depois de certo tempo, ao remover os carbonos, observou delineados pelos sedimentos escurecidos padrões esbranquiçados, que eram as silhuetas em negativo das tiras opacas do papel. Schulze estava em dúvida se a alteração era devida à luz do sol, ou ao calor. Para confirmar se era pelo calor, refez a mesma experiência dentro de um forno, percebendo que não houve alteração. Concluiu então, que era a presença da luz que provocava a mudança. Continuando suas experiências, acabou por constatar que a luz de seu quarto era suficientemente forte para escurecer as silhuetas no mesmo tom dos sedimentos que as delineavam.O químico suíço Carl Wilhelm Scheele, em 1777, também comprovou o enegrecimento dos sais devida à ação da luz.

Schulze, Scheele, e Wedgewood descobriram o processo onde os átomos de prata possuem a propriedade de possibilitar a formação de compostos e cristais que reagem de forma delicada e controlável à energia das ondas de luz. Porém, o francês Joseph-Nicéphore Niépce o fisionotraço e a litografia. Em 1817, obteve imagens com cloreto de prata sobre papel. Em 1822, conseguiu fixar uma imagem pouco contrastada sobre uma placa metálica, utilizando nas partes claras betume-da-judéia, este fica insolúvel sob a ação da luz, e as sombras na base metálica. A primeira fotografia conseguida no mundo foi tirada no verão de 1826, da janela da casa de Niepce, encontra-se preservada até hoje. Esta descoberta se deu quando o francês pesquisava um método automático para copiar desenho e traço nas pedras de litografia. Ele sabia que alguns tipos de asfalto entre eles o betume da judéia endurecem quando expostos à luz. Para realizar seu experimento, dissolveu em óleo de lavanda o asfalto, cobrindo com esta mistura uma placa de peltre (liga de antimônio, estanho, cobre e chumbo). Colocou em cima da superfície preparada uma ilustração a traço banhada em óleo com a finalidade de ficar translúcida. Expôs ao sol este endureceu o asfalto em todas as áreas transparentes do desenho que permitiram à luz atingir a chapa, porém nas partes protegidas, o revestimento continuou solúvel. Niépce lavou a chapa com óleo de lavanda removendo o betume. Depois imergiu a chapa em ácido, este penetrou nas áreas em que o betume foi removido e as corroeu. Formando desta forma uma imagem que poderia ser usada para reprodução de outras cópias.

Frederick Scott Archer inventou em 1851 a emulsão de colódio úmida. Era uma solução de piroxilina em éter e álcool, adicionava um iodeto solúvel, com certa quantidade de brometo, e cobria uma placa de vidro com o preparado. Na câmara escura, o colódio iodizado, imerso em banho de prata, formava iodeto de prata com excesso de nitrato. Ainda úmida, a placa era exposta à luz na câmara, revelada por imersão em pirogalol com ácido acético e fixada com tiossulfato de sódio. Em 1864, o processo foi aperfeiçoado e passou-se a produzir uma emulsão seca de brometo de prata em colódio. Em 1871, Richard Leach Maddox fabricou as primeiras placas secas com gelatina em lugar de colódio. Em 1874, as emulsões passaram a ser lavadas em água corrente, para eliminar sais residuais e preservar as placas.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fotográfo precisará de Diploma para atuar na profissão



Fonte: Márcio Neves
Blog Além do Olhar


A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou na quarta-feira (8) o Projeto de Lei 5187/09, do deputado Severiano Alves (PMDB-BA), que regulamenta a profissão de fotógrafo. O texto define a profissão, determina quem estará qualificado para exercê-la e discrimina as atividades que se enquadram no campo de atuação do fotógrafo profissional.

A relatora, deputada Manuela D'ávila (PCdoB-RS), foi favorável à proposta. "O exercício da atividade deve ser regulamentado, reconhecido, portanto, pelo Estado, que deve impor condições para o exercício profissional do fotógrafo", disse.


A deputada apresentou emenda ao projeto, para assegurar aos fotógrafos empregados o pagamento de adicional de insalubridade. "A atividade é exercida em contato com elementos insalubres, que podem vir a prejudicar a saúde do trabalhador", argumentou. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5.253/43) prevê pagamento de adicional de 40%, 20% ou 10% do salário mínimo da região, conforme classificação do Ministério do Trabalho em graus máximo, médio e mínimo de condições insalubres de trabalho.

Definições: Segundo o projeto, a atividade de fotógrafo profissional é caracterizada pelo registro, processamento e acabamento final de imagens estáticas ou dinâmicas em material fotossensível.

Poderão ser fotógrafos profissionais os diplomados por escolas de nível superior em fotografia no Brasil, desde que devidamente reconhecida; ou no exterior, desde que os diplomas sejam revalidados no Brasil, na forma da legislação vigente.

Os fotógrafos sem diploma que, à data da promulgação da nova lei, estiverem exercendo a profissão por, no mínimo, dois anos consecutivos ou quatro anos intercalados, também poderão ter reconhecida sua condição de fotógrafos profissionais, mediante comprovação de sua atividade.

Atividades: De acordo com o projeto, a atividade profissional de fotógrafo compreende:

- a fotografia realizada por empresa especializada, inclusive em serviços externos; - a fotografia produzida para ensino técnico e científico;
- a fotografia produzida para efeitos industriais, comerciais e de pesquisa;
- a fotografia produzida para publicidade, divulgação e informação ao público;
- a fotografia na medicina;
- o ensino de fotografia;
- a fotografia em outros serviços correlatos.

Tramitação: O projeto, de caráter conclusivo Rito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: - se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); - se, depois de aprovado ou rejeitado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário., será analisado agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Íntegra da proposta: PL-5187/2009
Fonte: Academia Brasileira de Direito.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Composição, arte e técnica

Regras e Padrões de Equilíbrio e Harmonia
Composição refere-se a colocação ou distribuição dos elementos que conformam a superfície do quadro.uma fotografia, de uma forma perfeita e equilibrada.
Seja qual for o estilo artístico e técnico a que pertence uma obra, a técnica de execução da mesma ou a vertente artística do autor, todas elas têm em comum certos elementos como: linhas, tons, cor, luz, sombras, etc.

É a correta e equilibrada organização desses elementos sejam eles objetos ou espaços vazios, seguindo certos padrões e princípios, o que denominamos composição. Poderíamos dividir a composição em dois tipos básicos: clássica e livre.

Composição Clássica
Consiste em elementos estáticos procurando o seu equilíbrio através das linhas de simetria. (fotos com simetria. Ex: edifícios com linhas simétricas)

Composição Livre
Supõe uma ruptura do equilíbrio estático das obras (Ex: edifícios com linhas simétricas “quebradas” por algum elemento.que desvie o olhar para fora da simetria).

O principal ponto a considerar ao compor uma foto é definir se os elementos que a conformam serão realistas ou não e a seguir, procurar fazer um conjunto harmonioso de tons, texturas e cores, colocando os objetos em diferentes planos de forma a obter o efeito de profundidade e jogar com todos esses elementos seguindo certas regras e padrões a fim de obter um peso visual harmonioso e equilibrado.

Os elementos cásicos dentro de uma composição são:
O ponto, a linha, o contorno e a forma, a textura, o tom, a cor, a luz. (Tiramos esses exemplos da pintura, que antecede em milhares de anos a fotografia).

O equilíbrio na composição
Todos os elementos que conformam uma composição, devem ser colocados de maneira que se relacionem entre eles, e dentro do conjunto criando ritmos, tensões, direções. Para obter o equilíbrio numa composição há vários atributos que devem ser conseguidos com sucesso, O ritmo, o peso, a tensão, a direção, o tamanho ,o ponto de vista e a proporção.

Harmonia na Composição
Harmonia pode ser consequência da correta aplicação que padrões que aplicados a fotografia de forma correta fará dela uma pintura, uma obra de arte. (UM QUADRO)

- Equilíbrio simétrico ou assimétrico, aplicação da regra dos terços, movimento sugerido, ênfases, unidade, repetição, escala e contraste. Tudo isso se aplicado corretamente,dentro das luzes e sombras,com certeza a conseqüência será uma bela fotografia



Os princípios gerais da composição
De uma forma geral podemos dizer que há certos princípios que definem:
- Cada obra(fotografia) é um conjunto de elementos que conformam uma unidade.
- Cada elemento tem um valor.
- O valor de cada elemento depende da sua força de atração.
- Um elemento perto da borda é mais atraente.
- Cada seção da fotografia tem um poder de atração.
- E cada seção tem um peso visual.
- Um elemento num espaço vazio tem mais força quando colocado junto a outros elementos.
- Um elemento preto num espaço branco tem muita mais força.
- O valor do branco ou do preto é proporcional ao tamanho do espaço que faz contraste com ele.
-Um elemento em primeiro plano tem menos peso que o mesmo elemento colocado á distancia. (2º Plano )
- Dois ou mais elementos associados podem ser reconhecidos como um.


Nesta breve introdução ao tema, enumeramos os elementos básicos de uma composição, as regras do equilíbrio e a harmonia e certos princípios gerais,que podem elucidar algumas dúvidas sobre composição, já que este tema é bastante extenso, por isso resolvi condensá-lo, para que não ficasse demasiadamente longo e cansativo.

“ A Luz não é culpada, se nossos olhos se recusam a recebe-la”. (Vercors)

Por: Ranieri Ribeiro

Conheça o trabalho criativo do fotográfo Pierre Beteille

O fotógrafo, diretor de arte, ilustrador, designer gráfico e webdesigner francês Pierre Beteille faz um trabalho inusitado e super curioso com as suas próprias fotos. Suas imagens são criativas – onde a melhor parte fica por conta da interatividade dele que começa com a retirada de uma simples fotografia, seguida da manipulação das imagens, dando movimento e ultrapassando os limites bidimensionais do papel.

Beteille é dono de uma vasta galeria de capas de games, sendo elas: Coletânea completa de “Tony Hawk”, alguns “Fifa” e as capas de alguns dos “Senhor dos Anéis”. Utilizando o Photoshop, e usando-se como modelo de seus trabalhos, ele consegue fazer manipulações digitais incríveis!














Vale a pena conhecer seu trabalho! (http://www.pierrebeteille.com/)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Bastidores do calendário 2011 da Pirelli revela magnetísmo do fotográfo com os modelos. Confira!



O Calendário 2011 da Pirelli é foi fotografado por Karl Lagerfeld que deu vida a “Mythology”, um calendário que reflete uma de suas paixões mais profundas, a das lendas e mitos da mitologia greco-romana, que conta a origem do homem e do mundo através das aventuras de deuses e deusas, heróis e heroínas. Em uma viagem ao passado, através da linguagem universal da fotografia, “Mythology” leva-nos de volta para as raízes da civilização clássica e reaproxima o Calendário Pirelli do Velho Continente onde, há quase 140 anos foram iniciadas as atividades de uma companhia que se tornou uma multinacional que hoje opera em mais de 160 Países.

O Calendário Pirelli 2011, agora em sua 38ª edição, foi apresentado à imprensa, aos convidados e aos colecionadores de todo o mundo em estréia mundial, na cidade de Moscou. A sede do evento foi o Teatro Stanislavsky e Nemirovich-Danchenko, prestigiado palco russo, onde ao longo de mais de 90 anos de história foram apresentadas óperas e balés que se tornaram parte do acervo artístico do País.

Depois da China imortalizada por Patrick Demarchelier na edição de 2008, de Botsuana clicado por Peter Beard em 2009, e do Brasil de Terry Richardson em 2010, ”The Cal” 2011 foi assinado pelo gênio criativo de Karl Lagerfeld, artista e figura polivalente e, principalmente, esteta celebrado no mundo inteiro.

Em seu estúdio parisiense, Karl Lagerfeld deu vida a “Mythology”, um calendário que reflete uma de suas paixões mais profundas, a das lendas e mitos da mitologia greco-romana, que conta a origem do homem e do mundo através das aventuras de deuses e deusas, heróis e heroínas. Em uma viagem ao passado, através da linguagem universal da fotografia, “Mythology” leva-nos de volta para as raízes da civilização clássica e reaproxima o Calendário Pirelli do Velho Continente onde, há quase 140 anos foram iniciadas as atividades de uma companhia que se tornou uma multinacional que hoje opera em mais de 160 Países.

Nas 36 imagens que constituem o Calendário 2011, são retratados 24 temas entre divindades, heróis e mitos. O olho de Lagerfeld propõe-nos fotos ‘esculpidas’ com rigor estético e referências constantes à arte da escultura e a seus cânones clássicos. Todas as fotografias são em preto e branco, opção esta que imprime personalidade às imagens, realça a beleza dos corpos mediante o grande contraste cromático e, através do uso sábio das luzes, proporciona tridimensionalidade às imagens.

“Atrizes e modelos encarnam os novos heróis e representam a nova ideia de beleza”, afirma Karl Lagerfeld, propondo-nos, uma representação ideal e imortal da beleza, através do Calendário Pirelli 2011. Beleza, juventude, culto corporal, desejo sem castigo, simbolizam a nova ideia de beleza e representam a modernidade da mitologia.

São 21 os protagonistas desta edição: quinze Top, cinco modelos masculinos e a atriz americana Julianne Moore. Entre os protagonistas destacam-se: as italianas Bianca Balti e Elisa Sednaoui, a dinamarquesa Freja Beha Erichsen, a brasileira Isabeli Fontana (já clicada no Calendário 2005 por Patrick Demarchelier e em 2009 por Peter Beard), as polonesas Magdalena Frackowiak e Anja Rubik, a australiana Abbey Lee Kershaw (que estreou no calendário 2010 de Terry Richardson), a indiana Lakshmi Menon, as norteamericanas Heidi Mount e Erin Wasson (que estreou no Calendário 2005 de Patrick Demarchelier), a russa Natasha Poly, a holandesa Lara Stone e a canadense Daria Werbowy (já escolhida por Peter Beard para o Calendário 2009), a austríaca Iris Strubegger e a jamaicana Jeneil Williams. As cinco presenças masculinas são os franceses Baptiste Giabiconi e Sebastian Jondeau, os norteamericanos Brad Kroenig e Garrett Neff e o inglês Jake Davis.

Confira algumas imagens:









sábado, 20 de novembro de 2010

Fotografia Profissional: as inúmeras áreas do conhecimento

Olá amigos,
Eu, felizmente, tenho fotografado bastante. Isso significa que, além de treinar as técnicas fotográficas, estou treinando minhas relações interpessoais (com os clientes) e minhas habilidades empreendedoras. Já pararam para pensar nisso? Na quantidade enorme de outras atividades que circundam a fotografia?
A gente descobre na marra, que temos que aprender sobre outras áreas. E com isso, os errinhos de trajeto são inevitáveis. O importante é aprender com eles.
Vivendo e aprendendo, não tem jeito. Cada erro que cometo, penso como uma oportunidade para crescer. “Na próxima, já sei como fazer.” Se alguém tivesse feito uma listinha assim como essa, minha vida seria bem mais fácil. Vamos abordar alguns assuntos que aprendi ao longo do tempo:

Área do conhecimento: Advocacia

Bom e velho contrato na mão: Amigos, amigos, negócios à parte. Não custa ser repetitiva. Façam um contrato em 100% dos trabalhos. Recentemente, caí na besteira de não oficializar trabalho com pessoas da minha família. Sem entrar em detalhes: dancei. É por isso que não canso de repetir o quanto esse dito cujo é importante.

Vou deixar a disposição de vocês, no final do post, um link para download de um modelo de contrato. Não é o que eu uso. Esse foi o professor de um curso de Fotografia de Eventos do Senac, que me mandou. Acho que pode ajudar algumas pessoas.

Área do conhecimento: Administração


Barganha: Quem é muito bonzinho (como eu, cof cof), acaba sofrendo com clientes barganhadores. Com o tempo, depois de perder muito dinheiro (isso mesmo!), você acaba aprendendo a lidar e a negociar sem que nenhuma das partes saia perdendo.Por exemplo, há não muito tempo atrás, eu caía na besteira de abaixar meus preços, caso isso garantisse que determinado cliente fechasse negócio comigo. Eles vinham com aquela conversa de “fulano faz mais barato” e eu, bem no estilo Casas Bahia, cobria o preço da suposta concorrência.

A dica é: Primeiro, não cair nessa. Segundo, oferecer opções para o seu cliente.

Se ele acha que não pode pagar este valor de uma só vez, facilite o pagamento. Evite dar descontos.

Caso seja inevitável, nunca combine desconto com pagamento facilitado. É um ou outro.

Outra coisa é acreditar no seu próprio trabalho. Quanto você acha que ele vale? Você deve mostrar para o seu cliente que seu trabalho vale aquilo que você está cobrando. Se ficar baixando o preço, é como se nem você acreditasse nisso.

Seguro de equipamentos fotográficos: Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. Sou mais uma dessas pessoas desligadas que até agora não providenciou um bom seguro para seus equipamentos. Nunca passei por nenhuma situação que tivesse que acionar o seguro (felizmente), mas eu não deveria esperar primeiro quebrar a cara, para depois correr atrás disso.

Nunca tive uma câmera ou lente roubada, mas talvez seja porque nunca expus muito meu equipamento. Isso quer dizer que, se eu tivesse feito o seguro, talvez eu tivesse bem mais fotos legais, uma vez que não teria medo de carregar as tralhas para determinados lugares.

Área do conhecimento: Publicidade/Marketing


Divulgação do material: Essa entra naquela outra discussão do “quem não é visto, não é lembrado”, do meu ultimo artigo. Todo mundo diz que devemos divulgar nosso trabalho, mas ninguém diz como isso deve ser feito.

A bem da verdade, se bem administrada, sua divulgação via internet faz grande parte do trabalho. Por isso que julgo importante investir em um site personalizadíssimo e ‘atacar’ [com parcimônia] as redes sociais.

É interessante deixar tudo acessível ao cliente. Seu telefone para contato, e-mail, endereço do seu estúdio – se for o caso – podem estar facilmente visíveis no seu perfil do linkedin, por exemplo. Ninguém quer ter trabalho de sair vasculhando por aí, até achar seu telefone escondido em um cantinho do seu site.

Algumas fotos disponibilizadas em álbuns do orkut ou facebook podem facilitar o acesso do cliente ao seu material.

Vale lembrar também, que você é a cara do seu negócio, então estar bem apresentável tanto na itnernet (por exemplo, postar fotos bêbado no seu facebook não é uma boa ideia), como pessoalmente, pode fazer a diferença.

Ufa, só nessas partes ultra-básicas da vida do fotógrafo, já vimos algumas áreas diferentes do conhecimento. Tenho certeza que deixei passar algumas. Que outras áreas vocês lembram ou já presenciaram? Quero ver os ‘testemunhos’ aí nos comentários hehe.

Um abração e até a próxima.

OBS: Acharam que eu esqueceria do link para download do contrato, né? Podem baixar aqui!

OBS 2: Texto extraido do site www.fotografia-dg.com, autor Huaíne Nunes

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A nova Nikon D7000: pronta para satisfazer a sua paixão




A Nikon lança a D7000, uma D-SLR que oferece excepcional qualidade de imagem, fiabilidade e desempenho reunidas num corpo resistente e portátil.

Jordi Brinkman, Gestor de produtos da Nikon Europe, afirma: “A excitante nova D7000 é a câmara imediata ideal para os possuidores de uma D-SLR que queiram satisfazer ainda mais a sua paixão pela fotografia com uma câmara que dispõe das funcionalidades mais avançadas, proporcionando poder criativo. Dispõe de um novo sensor de imagem, o EXPEED 2, sistema AF e sensor de medição para assegurar um grande desempenho num corpo altamente resistente. De facto, dispõe de tudo o que necessita na sua próxima SLR, mas num tamanho de que não estava à espera”.




Excepcional qualidade de imagem
A Nikon D7000 inclui uma gama de novas funcionalidades para assegurar uma qualidade de imagem superior, incluindo 16,2 megapixels efectivos com o recentemente desenvolvido sensor de imagem CMOS de formato DX da Nikon. Existe um novo motor de processamento de imagem, o EXPEED 2, que proporciona superior qualidade de imagem, processamento mais rápido e múltiplas funções com maior potência. E a sensibilidade ISO melhorada da D7000 (100-6400, extensível até 25600) assegura detalhes excepcionais com um mínimo de ruído ao captar motivos em rápido movimento ou em situações de luz insuficiente, mesmo sem o flash.

Fiabilidade extraordinária
O luminoso Visor pentaprisma em vidro da D7000, com uma cobertura de enquadramento de cerca de 100% e ampliação de 0,94x, proporciona-lhe a visualização e a focagem mais precisas de qualquer cena, e está sempre pronto quando trabalha com uma velocidade de obturador de 1/8000s, testada para 150 000 ciclos. Além disso, a câmara é protegida por tampas superior e traseira em liga de magnésio e dispõe de um isolamento resistente à poeira e à humidade, pelo que se encontra preparada mesmo para as situações mais exigentes.

No que diz respeito ao armazenamento, a D7000 também proporciona a máxima fiabilidade. As duas ranhuras para cartões de memória SD permitem uma capacidade de armazenamento superior e dão-lhe a liberdade de fazer a gestão das suas imagens e vídeos da forma que desejar, guardando-os em maior número, mantendo separados os diferentes formatos ou dispondo sempre de espaço para cópias de segurança quando precisar dele.




Desempenho melhorado
O recentemente desenvolvido sistema AF da D7000, que apresenta 39 pontos de focagem, incluindo 9 sensores de tipo cruzado no centro, dá-lhe a focagem mais nítida, seja qual for a posição do motivo no enquadramento. E com o novo sensor de medição RGB de 2016 pixels da Nikon para melhorar a eficácia do Sistema de reconhecimento de cenas, juntamente com a capacidade de disparo Contínuo a alta velocidade a 6FPS, pode ter a certeza de captar sempre imagens incrivelmente precisas a alta velocidade.

A fim de garantir um excelente desempenho durante mais tempo, a D7000 dispõe também de uma Unidade de alimentação múltipla dedicada MB-D11 (opcional) que permite a comutação contínua da fonte de alimentação com a bateria da câmara, disparo vertical, além de estabilizar o corpo quando estiver a utilizar uma teleobjectiva longa.

D-Movie Full HD com modo AF-F
A D7000 dispõe de acesso directo a um botão de filmagem para poder filmar em Full HD (1080p) com mais facilidade. O AF-F permite a focagem contínua durante a gravação de filmes, que são captados utilizando compressão MPEG4 AVC/H.264, e dispõe de uma tomada de microfone estéreo para gravação de som com qualidade. Isto significa qualidade de imagem superior e operacionalidade quando se utiliza a função D-Movie.

As funções de edição de filme incorporadas da D7000s também lhe dão a liberdade de escolher os pontos de início ou de fim dos seus filmes e de comutar para imagens seleccionadas para captar imagens fixas sem ter necessidade de um computador – permitindo-lhe editar e partilhar os seus filmes de forma rápida e fácil.

Acessórios opcionais
A Nikon está também a lançar o novo Speedlight SB-700, uma unidade de flash cheia de funcionalidades embora de fácil utilização. O SB-700 oferece vantagens de iluminação que ultrapassam largamente o flash incorporado na câmara, permitindo o controlo total da iluminação da cena ou do motivo a fim de obter belos resultados de aspecto profissional. Também novidade na gama de acessórios da Nikon é a Unidade de alimentação MB-D11, que permite a comutação contínua da alimentação e incorpora controlos para disparo vertical. A D7000 é compatível com a unidade GPS (Sistema de posicionamento global) GP-1 que regista as informações de localização no ficheiro de imagem e, é claro, a câmara suporta uma vasta variedade de objectivas NIKKOR.

Disponibilidade e preços
A Nikon D7000 estará disponível em Outubro de 2010 nos Estados Unidos a um preço aproximado de $1.199,95 para o corpo e $1.499,95 com a lente AF-S DX Zoom-NIKKOR 18-105mm f/3.5-5.6G ED VR incluída.

Nova Reflex digital Nikon D3100



A nova reflex D3100 da Nikon não é só a primeira da marca a oferecer vídeo a 1080p. Inclui ainda um renovado modo GUIDE que explica como fazer melhores fotos. Deixe o manual em casa, a câmara faz tudo por si. O que sugere que afinal as suas melhores fotos podem não ser suas...

A aposta dos fabricantes em produzirem aparelhos que dispensam a leitura do manual parece ser a moderna meta da fotografia nesta era digital. Todas as marcas vão criando sistemas simples de ensino das regras – ou pelo menos de resolução dos problemas – e no campo dos aparelhos reflex isso também é moda, sugerindo que as pessoas saltam para esse tipo de aparelhos sem sequer passarem pelas compactas onde muitos deviam fazer o tirocínio. Mas enfim...





A Nikon evidencia essa postura na nova DSLR D3100, hoje apresentada, e que tem sensor CMOS de 14.2 milhõs de pixéis, Live View, ISO 100-3200 expansível até 12800, ecrã traseiro de 3 polegadas e o tal vídeo a 1080p. E, claro, um leque de outras funcionalidades habituais e na linha da D3000 que vem substituir. O aparelho vai estar disponível no mercado com uma objectiva de 18-55mm VR por um preço de U$ 700,00, num sinal evidente de que a gama de entrada tem cada vez mais preços concorrenciais.
Mas o elemento mais importante desta nova reflex digital é o modo de GUIDE, que tem marcação própria no anel de ajuste de modos, e que torna a câmara num tutor de fotografia. Ou, pelo menos, dispensa a leitura do manual, a que muitos são avessos. Num tempo em que é cada vez mais a imagem que conta, o contributo da Nikon – e de outros – para que se deixe de ler é de ter em conta. Para o melhor e para o pior, digo eu!





Pessoalmente não dispenso um bom manual que me elucide sobre coisas, mas entendo que estes guias sejam uma mais-valia a ter em conta. E no caso da D3100 trata-se, indica a Nikon, de uma evolução sobre o sistema da D3000. O novo sistema inteligente explica passo a passo, afirma a Nikon, como ajustar parâmetros da câmara, ajudando o utilizador não só a obter a foto desejada mas também a desenvolver as suas capacidades fotográficas. No modo GUIDE é possível ver exemplos do que se pode esperar ter como resultado ao mudar parâmetros como a abertura ou velocidade. É claro que o sistema não consegue explicar coisas como VISÃO, EMOÇÃO e outros elementos que fazem uma fotografia ser mais do que um exercício de técnica, mas isso é, ainda, felizmente, uma capacidade reservada ao comum mortal. E não a todos, como se descobre olhando milhares de fotos que vão enchendo a web...

Confesso que sou um pouco crítico desta automatização da fotografia. Se bem que a entenda ao nível de quem pretende somente instantâneos ou memórias de momentos familiares, de convívio, etc, acho que ao nível de um aparelho tão sofisticado como é uma reflex - em que se investe, acho eu, por querer controlar o processo criativo - a dependência em demasia dos automatismos e soluções prontas anula a ideia de partida: expressar a visão própria através de uma ferramenta como qualquer câmara é. É como se de repente o fotógrafo fosse, afinal, um simples operador de câmara - alguns são, pelos vistos - e não a mente criativa. Porque fazer fotografia não é só expor correctamente (o que quer que isso seja... outra discussão possível) o sensor à luz. É muito mais do que isso.
É evidente que esta “esperteza” que fascina alguns não é mais do que o recurso a uma base de dados inscrita – fácil nestes tempos de informática – e ao uso dos programas de exposição predefinidos (chamam-lhes modos de cena...) que, afinal, mais não fazem do que procurar a melhor solução genérica para diferentes tipos de situações. Porque, por mais inteligente que um aparelho seja, não faz mais do que medir a luz... que é sempre igual quer se fotografe com uma compacta barata, de plástico, ou a mais evoluída DSLR. Cabe ao fotógrafo definir o que usar e como usar os restantes elementos, da composição à exposição final para transmitir a sua mensagem.

No entanto, estas “ajudas” ao neófito, que muitas vezes antes só pegou num celular com câmara, podem ser preciosas para não chegar ao cúmulo – já vi acontecer – de cortar cabeças nas fotos com uma reflex. E a completar o GUIDE a Nikon até incorporou na D3100 uma série de ecrãs de ajuda a que se acessa pelo botão ? na traseira do aparelho, e que explicam o que faz cada uma das opções de menu escolhidas. No fim fica somente uma pergunta: as fotos que leva para casa serão realmente suas ou as que a câmara fez?








domingo, 15 de agosto de 2010

Irmandade da Boa Morte

História

A história da confraria religiosa da Boa Morte se confunde com a maciça importação de escravos da costa da África para o Recôncavo canavieiro da Bahia, em particular para a cidade de Cachoeira, a segunda em importância econômica na Capitania da Bahia durante três séculos.

Foto: Renato Lima

O fato de ser constituída apenas por mulheres negras, numa sociedade patriarcal e marcada por forte contraste racial e étnico, emprestou a esta manifestação afro-católica, como querem alguns autores, notável fama, seja pelo que expressa do catolicismo barroco brasileiro, de indeclinável presença processional nas ruas, seja por certa tendência para a incorporação aos festejos propriamente religiosos de rituais profanos pontuados de muito samba e comida. Há que acrescentar ao gênero e raça dos seus membros a condição de ex-escravos ou descendentes deles, importante característica social sem a qual seria difícil entender tantos aspectos ligados aos compromissos religiosos da confraria, onde ressalta a enorme habilidade dos antigos escravos para cultuar a religião dos dominantes sem abrir mão de suas crenças ancestrais, como também aqueles aspectos ligados à defesa, representação social e mesmo política dos interesses dos adeptos.

Foto: Renato Lima

Origem remota e uma luta antiga

No Brasil Colônia e depois, já com o país independente mas ainda escravocrata, proliferaram irmandades. Para cada categoria ocupacional, raça, nação - sim, porque os escravos africanos e seus descendentes procediam de diferentes locais com diferentes culturas - havia uma. Dos ricos, dos pobres, dos músicos, dos pretos, dos brancos, etc. Quase nenhuma de mulheres, e elas, nas irmandades dos homens, entraram sempre como dependentes para assegurarem benefícios corporativos advindos com a morte do esposo. Para que uma irmandade funcionasse, diz o historiador João José Reis, precisava encontrar uma igreja que a acolhesse e ter aprovados os seus estatutos por uma autoridade eclesiástica.

Foto: Renato Lima

Muitas conseguiram construir a sua própria Igreja como a do Rosário da Barroquinha, com a qual a Boa Morte manteve estreito contato. O que ficou conhecido como devoção do povo de candomblé. O historiador cachoeirano Luiz Cláudio Dias Nascimento afirma que os atos litúrgicos originais da Irmandade de cor da Boa Morte eram realizados na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, templo tradicionalmente freqüentado pelas elites locais. Posteriormente as irmãs transferiram-se para a Igreja de Santa Bárbara, da Santa Casa da Misericórdia, onde existem imagens de Nossa Senhora da Glória e da Boa Morte. Desta, mudaram-se para a bela Igreja do Amparo desgraçadamente demolida em 1946 e onde hoje encontram-se moradias de classe média de gosto duvidoso. Daí saíram para a Igreja Matriz, sede da freguesia, indo depois para a

Igreja da Ajuda.

O fato é que não se sabe ao certo precisar a data exata de sua origem. Odorico Tavares arrisca uma opinião: a devoção teria começado mesmo em 1820, na Igreja da Barroquinha, tendo sido os Jejes, deslocando-se até Cachoeira, os responsáveis pela sua organização. Outros ressaltam a mesma época, divergindo quanto à nação das pioneiras, que seriam alforriadas Ketu. Parece que o “corpus” da irmandade continha variada procedência étnica já que fala-se em mais de uma centena de adeptas nos seus primeiros anos de vida.

Foto: Renato Lima

Historicamente essa data parece fazer sentido. Desde o início do século passado o Recôncavo viveu uma atmosfera de progresso e novas técnicas agrícolas e industriais ali são introduzidas. Em que se pese as dificuldades momentâneas da economia açucareira, o fumo ganhou novo alento quando começa a interessar, após a independência política do país, ao capital alemão. A inauguração do serviço de navegação a motor favorece esses bafejos de renovação econômica, estimulando a integração do Recôncavo com a Capital da Província e o aumento dos seus negócios, o que favorece a construção de sólidos laços entre os negros escravos de muitas

cidades, sobretudo de Salvador e Cachoeira. Jeferson Bacelar chama a atenção para o fato de que a década de 1820, sobretudo os seus três primeiros anos, é marcada por acentuado processo de agitação e acirramento dos ânimos da população baiana, boa parte da qual, sem distinção social, encontra-se envolvida na luta pela Independência, aqui caracterizada por forte espírito

antilusitano e refregas armadas. O clima de distensão entre senhores e escravos, suscitado por essa “unidade” momentânea, contribuiu para permanentes deslocamentos dos negros pelas cidades do Recôncavo, onde os senhores manifestaram incomum atenção na resolução do conflito e, para defenderem seus interesses, armaram os escravos e os utilizaram contra os portugueses. Dessa excepcional conjuntura resultaram inúmeras iniciativas religiosas e civis dos escravos, entre as quais, quem sabe, a própria Irmandade da Boa Morte.

Foto: Renato Lima

O pesquisador Antônio Moraes Ribeiro associa seu surgimento às senzalas, apostando na conjuntura abolicionista pós-Revolta dos negros islamizados na Bahia que se deu em 1835 e foi barbaramente esmagada. Quem sabe daí o toque claramente muçulmano na morfologia tradicional dos trajes de grande força e rara beleza, realçados pelo uso do turbante, como assinala Raul Lody. Antônio Moraes Ribeiro acredita que uma das presumíveis líderes da Revolta Islâmica, Luiza Mahin, em pessoa, esteve envolvida na constituição da Irmandade, após a sua fuga de Salvador para o Recôncavo.

Foto: Renato Lima

Conjecturas à parte, estas confrarias - religiosas ou não - como foi o caso da estudada pelo antropólogo Júlio Braga - a Sociedade Protetora dos Desvalidos - faziam mais do que cultuar santos católicos e orixás patronos dos seus afiliados. Ao tempo que aparentemente atendiam exigências eclesiásticas e legais, constituíam-se em verdadeiras associações de classe, reservadas, e por trás de suas aparências de fachadas davam curso aos interesses secretos dos seus membros. Respeitadas instituições de solidariedade eram a um só tempo expressão viva da permuta interétnica e ambíguo instrumento de controle social cujos participantes “administravam” criativamente. A confraria sempre obrigou aos seus membros a colaborarem. Jóias de entrada, anuidades, esmolas coletadas e outras formas de renda sempre foram usadas para os mais diversos fins: compra de alforria, realização de festejos, obrigações religiosas, pagamento de missas, caridade, vestuário. No caso da Boa Morte, integrada por mulheres bastante simples e quase todas idosas - entre 50 e 70 anos - os recursos arrecadados em vida buscaram sempre, a concessão de um funeral decente, cujo preparo, face a dupla militância religiosa de suas adeptas, exige rigor e entendimento, além de um certo pecúlio fúnebre.

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima

As obrigações corporativas e a manifestação de Agosto

A historiografia dessas notáveis mulheres cachoeiranas continua a desafiar a inteligência de jovens pesquisadores. Seus rituais secretos ligados ao culto dos orixás também estão a requerer leitura etnográfica que respeite, naturalmente, os limites à manutenção dos segredos, tão importantes na manutenção dessa vertente religiosa. O que tem ressaltado é o aspecto externo do culto referido quase todo ao simbolismo católico e a sua apropriação afro-brasileira. Durante o começo do mês de agosto, uma longa programação pública atrai a Cachoeira gente de todos os lugares, no que Moraes Ribeiro considera o mais representativo documento vivo da religiosidade brasileira, barroca, íbero-africana. Ceias, cortejos, missas, procissões, samba-de-roda colocam cerca de 30 remanescentes da Irmandade, que já possuiu mais de 200, no centro dos acontecimentos da provinciana cidade e, ultimamente, nos principais órgãos noticiosos da capital e tele-jornais. A festa propriamente dita tem um calendário que inclui a confissão dos membros na Igreja Matriz, um cortejo representando o falecimento de Nossa Senhora, uma sentinela, seguida de ceia branca, composta de pão, vinhos e frutos do mar obedecendo a costumes religiosos que interditam o acesso a dendê e carne na sexta-feira dia dedicado a Oxalá, criador do Universo, e procissão do enterro de Nossa Senhora da Boa Morte, onde as irmãs usam trajes de gala. A celebração da assunção de Nossa Senhora da Glória, seguida de procissão, em missa realizada na Matriz dá curso à contagiante alegria dos cachoeiranos que irrompe em plenitude, nas cores, comida e bastante música e dança que se prologam por diversos dias, a depender dos donativos arrecadados e das condições de pecúlio do ano.

Foto: Renato Lima

Hierarquia e Culto

Como todas as confrarias religiosas baianas, a Irmandade da Boa Morte possui uma estrutura hierárquica interna para gerir a devoção diária e doméstica de seus membros. A direção é composta por quatro irmãs responsáveis pela organização da festa pública de agosto e substituídas anualmente. No topo da administração da vida da Irmandade da Boa Morte está a Juíza Perpétua, posição de maior destaque e atingida por status adquirido, ocupada pela mais idosa adepta. A seguir, situam-se os cargos de Procuradora-Geral, Provedora, Tesoureira e Escrivã, estando a Procuradora à frente das atividades executivas religiosas e profanas. Para serem aceitas as noviças, além de estarem vinculadas a alguma casa de candomblé - geralmente Gêge, Ketu ou Nagô-Batá, na região - e professarem o sincretismo religioso, deverão se submeter a uma iniciação que impõe um estágio preparatório de três anos, conhecido pelo nome de “irmã da bolsa”, aonde é testada a sua vocação.

Foto: Renato Lima

Uma vez aceita, poderá compor algum cargo de diretoria e a cada três anos ascender na hierarquia da Irmandade. Não é demais lembrar que todas dividem irmanamente as atividades da cozinha, coleta de fundos, organização das ceias cerimoniais, das procissões do cortejo, além dos funerais das adeptas seguindo os preceitos religiosos e uma determinação estatutária tácita. As eleições são realizadas anualmente procedendo-se a apuração dos votos pelo curioso sistema de contagem de grãos de milho e feijão, indicando o primeiro atitude de rejeição e o segundo aceitação. Em que pese as diferenças hierárquicas e os preceitos relativos a cada posição, todas as irmãs estão niveladas como empregadas de Nossa Senhora. Além de irmãs de devoção, são algumas vezes, irmãs de santo e quase sempre “parentes” - os africanos e seus descendentes no Brasil alargaram o conceito de parentela estendendo o vínculo a todos aqueles que são filhos de uma mesma nação. É notável como a ancestralidade africana se reelabora no interior das instituições religiosas baianas e como as irmandades leigas acabam prestando renovado serviço a esse processo de intercurso cultural. É admirável que, a propósito de celebrarem a morte, essas mulheres negras cachoeiranas tenham sobrevivido com tanta majestade e garbo. O mais incrível é que o sistema de crenças tenha absorvido com tamanha funcionalidade e criatividade os valores da cultura dominante, realizando, em nome da vida, complexos processos de apropriação como o evidenciado na descida da própria Nossa Senhora à Irmandade, a cada ciclo de sete anos, para dirigir em pessoa os festejos, investida da figura de Procuradora-Geral, elebrando entre os vivos a relatividade da morte. Tais elementos podem ser constatados tanto na simbologia do vestuário, quanto nas comidas de preceito que evidenciam recorrentes ligações entre este (Aiyê) e o outro mundo (Orun), para utilizar aqui duas expressões já incorporadas à linguagem popular da Bahia. Assim como as confrarias, a devoção a Boa Morte foi muito comum na Bahia Colonial e Imperial. Sempre foi uma devoção popular. Na Igreja de Nossa Senhora do Rosário na Barroquinha ela ganhou expressão e consistência.

Aliás, ali era um espaço de notável presença gêge-nagô e as características dos festejos descritos por cronistas como Silva Campos atestam sua semelhança com os praticados ainda hoje em Cachoeira. Deve-se dizer que ali teve origem uma das mais respeitáveis casas de candomblé da Bahia; fundada no século XVIII, a Casa Branca do Engenho Velho da Federação que vem sendo estudada com muito brilhantismo por Renato da Silveira. Devoção popular e mais que isso, racial, na medida em que agregou principalmente negros e mestiços. Suas origens remontam ao Oriente tendo sido adotada por Roma no século VII. Já dois séculos depois a festa da Assunção de Nossa Senhora está disseminada por todo o mundo católico. Trazida de Portugal para o Brasil - onde era conhecida como Nossa senhora de Agosto - ganhou interpretação peculiar, características próprias e por causa disso, a devoção sempre criou atritos com as autoridades da Igreja. Sua difusão entre a comunidade baiana, entre outras coisas, deveu-se ao fato de que a mediunidade popular característica dos cultos africanos sempre relativizou o problema da morte, na medida em que os adeptos do candomblé acreditam em reencarnações sucessivas. Emprestou, portanto, ao culto originalmente católico elementos do seu sistema de crenças e componentes sócio-históricos da dura realidade escravista que fez do cativeiro sofrível martírio para os que vieram na diáspora. De sorte que a devoção a Nossa Senhora da Boa Morte passou a ter também um significado social, permitindo a agregação dos escravos, facultando a manutenção de sua religiosidade num ambiente hostil e delimitando um instrumento corporativo de defesa e de valorização do indivíduo, tornando-se, por todas essas razões, um inigualável meio de celebração da vida. Gustavo Falcon (Professor da UFBA e pesquisador do Centro de Estudos Afro-Orientais)

Foto: Renato Lima



Foto: Renato Lima

Fonte: Wikipedia

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fotografar com celulares

Com a abordagem certa, o seu telefone celular pode, por vezes, substituir uma câmera fotográfica de boa qualidade. Confira nossas dicas e produza fotos incríveis:

1) Chegue mais perto. Cada vez mais os telefones celulares têm câmeras com tecnologia de zoom digital, mas na maioria delas os resultados são decepcionantes. Evite usar o zoom para ampliar sua fotografia e enquadre a sua imagem se aproximando dela o tanto quanto for possível. Isso também irá ajuda você a pensar como vai querer tirar a fotografia.

2) Não se mova. É muito importante ter segurança e ficar parado enquanto se dispara o obturador de uma câmera. Isso é ainda mais importante em uma câmera de telefone celular, pois elas geralmente não têm a tecnologia de estabilização de imagens das câmeras modernas. Certifique-se que está bem equilibrado antes de tirar uma foto, ao invés de querer bater uma fotografia de repente.

3) Muita luz. Estar em um ambiente bastante iluminado ajuda bastante. Muitas câmeras de celular realmente não funcionam bem com pouca luz, resultando em imagens borradas ou granuladas. Tente acender as luzes do cômodo mesmo durante o dia, ou se sua câmera tem flash, use-o mesmo quando a luz parece ser suficiente, pois a câmera pode não estar pegando tanta luz quanto você acredita. Se houver alguém junto tirando fotos com câmeras digitais com flash, tente tirar fotos com seu celular ao mesmo tempo para aproveitar a luz extra.

4) Utilize aplicativos para correção de fotos. Houve uma explosão em aplicativos de fotografia para celulares durante os últimos anos. Muitos, como o Photoshop móvel , permitem que você faça ajustes simples às suas imagens que as transformam totalmente. Comece cortando-a, e dando nitidez a ela e, em seguida, tente alterar a exposição, saturação e contraste. E se você é um fã de efeitos, não se esqueça que existem aplicações para todos os estilos.

5) Tente usar um tripé. Qualquer mexida deixa a foto de uma câmera de celular completamente borrada e tremida. Tente apoiar seu celular em algum lugar ou usar um tripé.

Fonte: Hypescience

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Bando Anunciador

Pelo 4º ano consecutivo, a comunidade e a Universidade Estadual de Feira de Santana levaram às ruas pessoas de diversas origens para reviver uma das maiores manifestações populares do município: o Bando Anunciador da Festa de Senhora Santana.

Mascarados, blocos de sujos e cabeçorras foram alguns dos artefatos utilizados como trajes por centenas foliões que praticamente amanheceram o domingo (11) no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), concentração da festa, para percorrer ruas centrais de Feira de Santana.

Festa popular extinta nos anos 1980, a chamada parte profana das homenagens a Senhora Santana, padroeira de Feira de Santana, encontrava-se reprimida, mas latente no sentimento das pessoas que viveram a antiga manifestação. Com o Projeto Bando Anunciador, a Uefs, em 2007, deu a largada para o resgate da tradição.

“Agora, a sobrevivência da tradição está nas mãos do povo”, afirmou o reitor José Carlos Barreto, acrescentando que, pelo que tem demonstrado os participantes nestes três anos, o retorno da festa está praticamente consolidado.

A iniciativa da Uefs, neste sentido, não está restrita à manifestação de rua. O Bando Anunciador vem sendo tema de debates com a participação popular, ganhando um significado mais amplo para discussão sobre a cidade, seus valores e identidade cultural.

O Bando Anunciador da Festa de Santana, neste domingo, percorreu a Rua Conselheiro Franco, passando pela Igreja dos Remédios, Praça Fróes da Mota, retornando pela Rua Conselheiro Franco, Praça da Bandeira, Rua Marechal Deodoro, Beco do Mocó, Praça da Matriz, encerrando o cortejo no Cuca.

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima

Foto: Renato Lima


Informações da Ascom/Uefs

sábado, 3 de julho de 2010

curso fotografia


Os cinco principais erros de fotografias digitais e maneiras de evitá-los

Dicas de fotografia

Quem deseja obter fotografias de qualidade deve seguir a risca alguns truques e detalhes essenciais para revelar o melhor de cada objeto. A maioria dos equipamentos digitais trazem a facilidade do “ligue e dispare”, útil para quem não entende muito de regulagem do equipamento, mas um recurso que limita a criatividade do fotografo profissional.

Aqui no Blog Fotos que Falam apresentamos dicas para quem ama fotografar e não abre mão de melhorar ainda mais seus conhecimentos sobre esta arte. Elaboramos uma série dos cinco principais erros de fotografias e a maneira correta de evitá-los. Hoje falaremos sobre a importância de conhecer a câmera digital para regulá-la de maneira correta.

Técnicas de fotografias inadequadas

Um equipamento digital que não traz regulagem

de foco, prioridade de abertura, programação manual e seleção de ISO geralmente não é uma opção para quem procura registrar fotos com qualidade. Em outras palavras, só se consegue fotos excelentes depois que aprendemos a “preparar” nossa câmera digital para dadas situações. Por isso, como dissemos acima, evite os equipamentos com limitadas configurações do menu da câmera. Prefira perder tempo selecionado o ISO, a focagem, o tipo de flash, a prioridade de abertura e outros comandos, pois assim você garante imagens atrativas.

Imagem simulada de uma câmera digital. É importante conhecer e aprender a utilizar todos os recursos do equipamento, como modo de foco, abertura de diafragma, velocidade do obturador, zoom, equilíbrio de branco, área de foco, medida de exposição, velocidade ISO, entre outros. Procure por estas funções ao comprar sua câmera,

Tenho observado que são poucas as câmeras digitais disponíveis no mercado que trazem o visor ótico. E isso não é bom. O visor LCD, onde se enquadra a imagem focada e se revê aquelas já tiradas, é um grande avança, sem dúvidas, mas é também o responsável por fotografias borradas, especialmente quando a câmera não traz a função estabilizador de imagens. Para evitar fotos borradas, segure sua câmera firmemente, use um tripé ou opte por um modelo com visor ótico. Segurando a câmer

a sobre o rosto, o resultado final quase sempre é mais satisfatório.

Fotografia é uma arte, e como tal é preciso gastar tempo. Nada de tirar fotos com rapidez, sem se preocupar com os detalhes da cena e configuração da câmera. Sempre que puder, observe os fotógrafos profissionais e repare como eles preparam a cena, se posicionam de várias maneiras e regulam constantemente sua câmera fotográfica. Não se prenda aos ajustes de fábrica. Quase sempre o resultado é mediano. Seja criativo, use seus próprios ajustes e veja a diferença.

E eu com isso?

Talvez você esteja se perguntando: o que eu posso fazer para evitar as técnicas inadequadas de fotografias? A resposta é simples: tenha disciplina. Leia nossos módulos anteriores e treine o ajuste perfeito do seu equipamento, tirando várias fotografias ao longo do dia e sobre várias condições de luz. Um dos maiores truques que aprendi no curso de fotografia que tive a oportunidade de fazer foi sempre enxergar a cena de vários ângulos. A foto de uma flor tirada ao meio dia ficará totalmente diferente de outra foto da mesma flor, mas tirada ao fim da tarde.

Exemplo de como o valor de abertura do obturador influência na captura da imagem. No modo Manual (M) selecione um valor de abertura maior para fotos com menos luz e um valor menor para fotografias mais claras. O ajuste do valor de abertura também é útil para congelar uma cena: quando a velocidade é lenta os objetos em movimento poderão ficar borrados; velocidades maiores permitem congelar um objeto em movimento rápido.

Na próxima postagem veremos que as configurações inadequadas do eq

uipamento também influenciam na captura das imagens. É um assunto de grande importância para aqueles que buscam aprimorar suas técnicas, portanto, não deixe de acompanhar e sugerir temas para os próximos módulos. Até lá!

veja outros módulos aqui: curso e dicas de fotografia

Paulo Franklin

Exemplo de como o valor de abertura do obturador influência na captura da imagem. No modo Manual (M) selecione um valor de abertura maior para fotos com menos luz e um valor menor para fotografias mais claras. O ajuste do valor de abertura também é útil para congelar uma cena: quando a velocidade é lenta os objetos em movimento poderão ficar borrados; velocidades maiores permitem congelar um objeto em movimento rápido.

Na próxima postagem veremos que as configurações inadequadas do equipamento também influenciam na captura das imagens. É um assunto de grande importância para aqueles que buscam aprimorar suas técnicas, portanto, não deixe de acompanhar e sugerir temas para os próximos módulos. Até lá!

veja outros módulos aqui: curso e dicas de fotografia

Paulo Franklin

Erros de fotografias digitais - II parte


Os cinco principais erros de fotografias digitais e maneiras de evitá-los

Em nossa postagem anterior, começamos a falar sobre os cinco principais erros de fotografias digitais e apresentamos maneiras simples de evitar o contraste excessivo. Nesta postagem você conhecerá os benefícios de se ajustar o flash da câmera e evitar fotos pouco nítidas.

Alcance inadequado do flash

Antes de optar por um equipamento fotográfic

o digital, repare no alcance total do flash. Embora a maioria dos fabricantes adote a distância mínima de alcance do flash de três metros, não é raro encontrar equipamentos com alcance de somente dois metros. Uma fotografia num jogo de futebol, por exemplo, requer uma unidade de flash potente, com alcance de, pelo menos, doze metros.


Geralmente os equipamentos que trazem o flash embutido chegam a alcançar os seis metros numa configuração de ISO 100 e uma unidade externa pode ter o alcance de doze metros. Repare que quando utilizamos o flash para temas muito distantes há uma subexposição da imagem. Resultado: fotografias totalmente pretas. Os softwares de edição não conseguem corrigir adequadamente este resultado, por isso siga nossas dicas e aproveite melhor o flash de sua câmera.

Um bom exemplo de como o uso inadequado do flash pode interferir na qualidade da imagem registrada. Para evitar situações semelhantes, conheça bem seu equipamento e teste tirar a foto de vários ângulos.

* Primeiramente varie a configuração ISO do seu equipamento. Tire uma foto com ISO 100 e outra com ISO 400 e veja o resultado. Geralmente a opção ISO 400 aumenta o alcance efetivo do flash em até 50%. Se o objeto focalizado ainda estiver muito escuro, utilize uma fonte extra de luz.

* Experimente também desativar o flash ao fotografar objetos distantes. Segure a câmera com firmeza. Aumente o ISO para 800 e veja se consegue uma imagem melhor. Essa opção pode ser bastante útil, mas não se esqueça do que já falamos aqui: uma configuração de ISO muito alta pode produzir ruídos (granulações) na imagem.

* Chegue perto. Os fotógrafos profissionais sabem que, se quiserem obter a melhor imagem, não só deverão configurar adequadamente o flash, como também se aproximar o máximo possível da ação.

A tabela apresenta as opções mais comuns de flash dos equipamentos fotográficos digitais. Procure-os em sua câmera e veja em que situações utilizá-los.

Na próxima postagem continuaremos apresentando os cinco principais erros de fotografias digitais e como evitá-los. Você verá que técnicas inadequadas de fotografias podem ser as responsáveis por imagens de pouco destaque. Quer comentar sobre esta postagem? Tem alguma sugestão de tema? Dúvidas sobre os assuntos abordados? Não deixe de expressar sua opinião!

Paulo Franklin